domingo, 14 de abril de 2013

Filosofia com Crianças




O que é isso de filosofia com crianças? Ensinar Platão à pequenada? Nada disso. É seguirmos as inquietações das próprias crianças em relação ao mistério do mundo, imergindo nas suas extraordinárias respostas. Contamos, para isso, com a ajuda deste livro que temos no nosso Cantinho de Leitura: "O Sentido da Vida", da autoria de Oscar Brenifier e Jacques Després, e editado entre nós pela Edicare. É como diz o livro: "Não existe uma resposta única para as grandes questões da vida. Não existe uma única forma de pensar. Cada um tem de descobrir, de procurar, de construir a sua... Doze ideias sobre o sentido da vida confrontam-se neste livro: algumas pessoas pensam que é sempre igual, outras que ela é diferente todos os dias. Algumas acham que a vida é um jogo, outras que ela é difícil.E tu?"
 
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Na grafonola da Chuva de Papel...

... gira Nara Leão a 78 rotações por minuto. Roberto Menescal, outro dos fundadores da Bossanova, acompanha-a à viola. São três os clássicos que aqui revisitam: "O Barquinho", "O Pato", e "Manhã de Carnaval". Deixamos aqui a letra da primeira, consentânea com o bom tempo que finalmente começa a chegar:

"Dia de luz, festa de sol
E o barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão, o amor se faz
No barquinho pelo mar
Que desliza sem parar
Sem intenção, nossa canção
Vai saindo desse mar
E o sol
Beija o barco e luz
Dias tão azuis
Volta do mar, desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
E a vontade de cantar
Céu tão azul, ilhas do sul
E o barquinho, coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz
Tudo isso traz
Uma calma de verão
E então
O barquinho vai
E a tardinha cai" 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

No cantinho de leitura da Chuva de Papel...

Chama-se "O sapo apaixonado", foi escrito e ilustrado por Max Velthuijs, e é editado pela Caminho. Fica aqui um pedaço:

"O Porquinho assustou-se muito quando o sapo de repente caiu do céu.
- Parece que estás melhor- disse o Porquinho.
- E estou! Sinto-me óptimo- disse o Sapo. - Estou apaixonado!
- Bem, isso é uma boa notícia. Por quem é que estás apaixonado?- perguntou o Porquinho?
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
- Já sei!- disse ele. - Estou apaixonado pela linda e adorável patinha branca!
- Não pode ser- disse o Porquinho. - Um sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca. Mas o Sapo não se importou com is..."

terça-feira, 9 de abril de 2013

O Pedro e o Lobo

Um pai que queira mostrar bom cinema de animação às suas crias depara-se em Portugal com um sério problema: fora dos festivais de cinema da especialidade (que existem apenas sazonalmente) quase nada há no circuito comercial. Há, contudo, algumas excepções, e, felizmente, o Pedro e o Lobo de Prokofiev (realizado por Suzie Templeton em 2006) é uma delas, estando à venda em qualquer Fnac. Recorrendo à paciente técnica do stop motion (esta curta metragem de 34 minutos demorou 5 anos a fazer!), Suzie Templeton recria o clássico de Prokofiev, dando-lhe, inclusive, um final diferente, mais consentâneo com o espírito ambientalista dos novos tempos: o lobo não é preso no zoo como na versão original mas, sim, solto na floresta pelo próprio Pedro.  Apesar desse toque de modernidade, a música de Prokofiev, composta em 1936, continua a ser a principal protagonista, mantendo-se a realizadora fiel ao  objectivo didático subjacente à composição original: mostrar às crianças o som de diferentes instrumentos. E a subtileza de Suzie Templeton é prodigiosa, conseguindo contar exemplarmente a história sem recorrer a qualquer diálogo ou narração. Ora espreitem lá...
 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma abordagem colaborativa


No nosso cozinhado pedagógico, um dos ingredientes fundamentais é a abordagem Reggio Emilia (fundada por Malaguzzi em 1945), nomeadamente no que respeita a amplificação da "voz" dos pais no processo educativo dos seus filhos. Esta atitude participativa remonta à origem do movimento. A Itália do pós-guerra estava devastada e, nos arredores da cidade de Reggio Emilia, Malaguzzi viu o incrível acontecer: os habitantes venderam destroços de guerra deixados pelos alemães, compraram pedra, areia e madeira, e com as próprias mãos, construíram creches e jardins de infância para os seus filhos. E foi sempre assim o espírito Reggio Emilia: os pais - e toda a comunidade - sempre constituíram  um dos eixos fundamentais da escola, sendo envolvidos activamente na elaboração e implementação do currículo, no mesmo plano que os educadores. Também é essa a filosofia da Chuva de Papel:  uma abordagem, acima de tudo, colaborativa.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A criança que fomos e sempre seremos

Todos temos a criança que fomos dentro de nós. Um lado mágico, brincalhão, inocente, que ainda subsiste algures. O exercício que Chico Buarque faz nesta canção ("João e Maria") é revisitar esse lado inocente da infância, contrastando-o, no final, com o lado mais desencantado da vida adulta. Um desencanto que descalçamos sempre antes de entrar na Chuva de Papel:
 
"Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês..."
 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Dia Internacional do Livro Infantil

Hoje comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil. Mas o que é afinal isso de um livro infantil? Que particularidades é que os livros para crianças deverão então ter? José Saramago procura responder a essa interrogação no seu livro: "A maior flor do mundo" (ilustrado por João Caetano e editado pela Caminho): "As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem me dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender, e tenho pena. Além de ser preciso saber escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar, uma maneira muito certa e muito explicada, uma paciência muito grande..." Saramago continua, argumentando que nenhuma dessas qualidades reúne, mas o que é certo é que o livro se vai escrevendo, prendendo o pequeno leitor do princípio ao fim. Um livro que, claro está, se passeia pelo cantinho de leitura da Chuva de Papel...