terça-feira, 11 de junho de 2013

Um poema com cheiro a baunilha


Crescemos a ler livros da Alice Vieira- delícias como o "El-rei Tadinho" e a "Rosa, minha irmã Rosa", que devorávamos de um só trago. Se ainda hoje temos a paixão da leitura, em grande parte o devemos à sua cativante escrita. É bom saber que a geração dos nossos filhos - a geração da Chuva de Papel! - partilha este privilégio com a nossa geração. Novos livros, a mesma mestria da palavra e da imaginação. Como não poderia deixar de ser, o Cantinho de Leitura da Chuva de Papel está recheado de muitos livros da "nossa" Alice. Um deles é o "Livro com Cheiro a Baunilha", ilustrado por Afonso Cruz e editado pela Texto Editora. Não é apenas uma metáfora- o livro cheira mesmo a baunilha e até os bebés podem deliciar-se a cheirá-lo. Deixamos aqui um dos seus poemas, onde a escritora brinca com a repetição dos advérbios: "Rapidamente, subo as escadas e entro em casa. Alegremente, o meu cão vem ter comigo a meio do corredor. Docemente, a minha avó passa a mão pelos meus cabelos. Apressadamente, engulo o leite e como o pão. Atentamente, leio a história que ontem deixei a meio. Gulosamente, espreito a minha mãe a fazer o jantar. Levemente, faço uma festa na cara do meu irmão que dorme no carrinho. Silenciosamente, o meu pai mete a chave à porta. Fatalmente, a minha tia vê a telenovela e eu rio sem ela dar por isso. Apaixonadamente, casam todos no fim. Lentamente, a noite cai..."

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